quinta-feira, 31 de julho de 2008

Condição Física e Preparação Física

O corpo humano apresenta determinadas características de funcionamento – as qualidades físicas. Ao grau de desenvolvimento das qualidades físicas chamamos condição física. A condição física melhora-se através da preparação física, que consiste num programa de exercícios realizados no mínimo três vezes por semana.
Qualidades Físicas:
Resistência – é a qualidade física que permite efectuar um esforço durante um tempo considerável, suportando a fadiga dele resultante e recuperando com alguma rapidez.
Força – é a qualidade física que permite deslocar um objecto, o corpo de um parceiro ou o próprio corpo através da contracção dos músculos.
Velocidade – é a qualidade física que permite realizar movimentos no menor tempo possível ou reagir rapidamente a um sinal.
Flexibilidade – é a qualidade física que permite efectuar movimentos com grande amplitude.
Destreza – é a qualidade física que permite realizar uma sequência de movimentos de forma coordenada.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A HIDRATAÇÃO

Do mesmo modo que a alimentação, a hidratação é um factor de desempenho que não deve ser desprezado, principalmente por um desportista.
Em casos demasiado frequentes, os praticantes de desporto esperam até terem sede para beber.
Ingerem então grandes quantidades de líquido que podem provocar vários desconfortos:
distúrbios gástricos, redução da amplitude dos movimentos respiratórios…
Convém adaptar a ingestão de bebidas às necessidades provocadas pela prática desportiva.
É necessário um plano hídrico para limitar as perdas devidas à transpiração e à evaporação cutânea.
Convém saber que uma perda de líquido de 2 % do peso corporal reduz as capacidades em 20 %; uma perda de 4 % reduz as capacidades em 40 a 60 %.
Para saber a percentagem de água perdida durante um exercício, efectue o seguinte cálculo:
(P1 - P2) x 100/P1 sendo P1 = peso antes em kg e P2 = peso depois em kg
QUE BEBIDAS?
Embora a água pura seja a bebida por excelência no dia-a-dia, uma bebida energética é mais apropriada durante os esforços.
Para uma melhor hidratação, existe uma altura para cada bebida!
Mas perante o número elevado de bebidas energéticas disponíveis no mercado, pode ser feita uma escolha sensata.
QUANDO?
Diariamente : água pura em quantidade suficiente (no mínimo 2,5 l/d).
Antes do esforço : ao longo das 2 horas anteriores ao esforço, beber 500 ml de uma bebida, à temperatura ambiente, com cerca de15 g/l de glícidos com baixo índice glicérico:
-450 ml de água + 50 ml de sumo de laranja natural
-500 ml de água + 8 g de frutose
¼ de hora antes do esforço : 200 a 350 ml de uma bebida com cerca de 40 g/l de glícidos com índice glicérico elevado:
-300 ml de água + 2 torrões de açúcar
Durante o esforço : de 15 em 15 min, beber entre 150 e 200 ml (ou mesmo mais em certas situações de grandes calores ou de esforços muito intensos) de uma água pouco mineralizada, à temperatura ambiente, entre 25 e 40 g/l de glícidos com índice glicérico elevado (entre 50 e 70 g/l de glícidos durante um exercício intenso; entre 100 e 150 g/l de glícidos num ambiente térmico frio):
-1 l de água + sumo de 2 limões + 8 torrões de açúcar (ou 50 g de mel) + 1 pitada de sal (40 g/l de glícidos)
-700 ml de água (idem) + 300 ml de sumo de maçã + 1 pitada de sal (50 g/l de glícidos).
Após o esforço : beber imediatamente água com gás bicarbonatada sódica à temperatura ambiente.
*e de 15 em 15 min (durante 2 a 4 horas) beber 150 a 300 ml com 50 ou 70 g/l de glícidos (sumo de fruta com a mesma quantidade de água bicarbonatada)
*30 min antes de jantar, beber entre 250 e 500 ml de uma água pouco mineralizada
*beber água e/ou leite magro ou meio-gordo durante a refeição que se segue ao esforço.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Gesto Técnico - Drible/Finta



O drible é um gesto técnico que se destina a vencer a oposição do adversário de modo a tornar possível o passe ou o remate. O jogador recorre a mudanças bruscas de direcção, sempre com a bola controlada.
Para conseguir ultrapassar o seu defensor directo o possuidor da bola pode também utilizar a finta, isto é, simula um passe para um lado e, ao verificar que o defesa foi enganado por esse movimento passa a bola no sentido contrário.
A finta exige quatro qualidades essenciais: a arte da simulação, a flexibilidade do corpo, a rapidez da execução e a boa condução da bola com a parte interior e exterior do pé.

Componentes criticas:
Controla a bola perto dos pés
Não olha a bola
Dirige o corpo para um dos lados do adversário
Toca a bola para o lado contrário da movimentação do corpo (ou adversário)
Passa pelo adversário, mantendo o controlo da bola.
Erros mais comuns:
Realiza o drible muito em cima do adversário, não conseguindo ultrapassá-lo
Simulação incompleta, não conseguindo ludibriar o adversário
Falta de controlo da bola, fugindo esta, na altura da simulação ou quando se liberta do adversário.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Gesto Técnico - Remate de cabeça


A cabeça pode ser utilizada no jogo defensivo, testa para cima ou no jogo ofensivo, testa horizontal ou para baixo no caso de um cabeceamento picado. Na execução do remate existe a retracção do peito a espera e o remate.






Componentes criticas:
Fixar os olhos na bola durante toda a sua trajectória
Flectir ligeiramente o tronco à retaguarda
Utilizar a testa para rematar a bola, evitando fechar os olhos
Após o contacto com a bola flecte o tronco para a frente
Bola dirigida para a baliza ou para o chão tensa (caso de ataque)
Erros mais comuns:
Fechar os olhos
Não selar o tronco
Fraca extensão dos membros inferiores
Falhar o tempo de salto
Não tocar a bola com a testa

domingo, 13 de julho de 2008

Gesto Técnico - Remate com o pé


No remate, para os jogadores destros, coloca-se o pé esquerdo ao lado da bola. Com o pé direito dá-se um pontapé na perpendicular ao solo. Este acompanha a bola e ombro esquerdo inflecte e o braço esquerdo cruza em frente do corpo.



Componentes criticas:
Pé de apoio ao lado da bola e dirigido para a baliza
Olhar a bola
O membro inferior que remata ligeiramente flectido
A bola é tocada com a parte interna do pé
O membro inferior que executa o remate continua o movimento de oscilação para a frente
Erros mais comuns:
A bola não se encontra ao lado do pé de apoio
Tronco inclinado para trás ou na vertical, na altura do remate
Articulação tíbio-társica demasiado descontraída

Gesto Técnico - Condução de bola


A condução da bola mais utilizada é a do interior do pé. A bola deve circular do direito para o esquerdo, sem se perder o domínio. É preciso manter a cabeça levantada e procurar a melhor solução para a sequência do jogo, uma boa condução de bola faz-se sem olhar para a bola.

Componentes criticas:
Cabeça levantada, olha o campo e o posicionamento de todos os jogadors
Protege a bola com o corpo
Efectua pequenos toques na bola com a parte interna do pé, mantendo-a dentro do seu espaço motor
Controla a velocidade, realizando mudanças de ritmo e direcção
Utiliza os dois pés na condução da bola
Erros mais comuns:
Corpo não está na posição de base
Não levanta o olhar da bola
Toques na bola com muita força
Atirar a bola para a frente e correr atrás dela (bola longe do seu espaço motor)
Conduzir a bola com as pontas dos pés
A bola não é tocada a cada passo que dá

sábado, 12 de julho de 2008

Gesto Técnico - Passe com a parte interior do pé


Cabeça sempre levantada e pé de apoio bem colocado, sensivelmente à altura da bola. O passe executa-se essencialmente com o interior do pé, cuja superfície de contacto, mais plana, deverá permitir uma maior precisão da trajectória.




Componentes críticas:
Cabeça levantada, olhando o local escolhido
Membros inferiores de apoio ligeiramente flectido
Bola controlada ao lado do pé de apoio
Balanço do membro inferior a partir da anca
Toca a bola com a parte interna do pé
Erros mais comuns:
A posição do corpo não é a posição de base
Olhar dirigido para a bola (solo)
O pé de apoio muito atrás ou muito afastado lateralmente da bola
O membro inferior hábil demasiado descontraído
Chuta com a biqueira do pé

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Gesto Técnico - Recepção


A recepção da bola pode ser efectuada com diferentes pastes do corpo, com excepção dos braços e mãos. Para receber a bola, quer rasteira, quer em trajectória aérea o jogador, de preferência com um só toque, deve amortecer a bola e colocá-la à sua frente, de forma a dar continuidade ao jogo.



Componentes críticas:
Analisa a trajectória da bola (olhar a bola)
Define a superfície de contacto a utilizar
A bola fica controlada ao lado do pé de apoio
Fica com a bola disponível para dar continuidade ao jogo.
Erros mais comuns:
Não coloca o corpo em posição de base
Não define o pé de eixo
Não se enquadra com a trajectória da bola
Não amortece a bola com a superfície de contacto utilizada

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Competição, Rendimento e stress em relação à criança

A competição é um fenómeno universal que faz parte da história da raça humana. Competir sugere a busca de um determinado objectivo e significa rivalizar, lutar e tentar conseguir uma façanha ou proeza. São inúmeros os benefícios que o desporto e a competição são capazes de possibilitar ao ser humano, em muitos casos estes são deturpados quando a sua prática visa prestigio social ou quando seus rumos são alterados pelas influências políticas, económicas e culturais.
A competição torna-se negativa quando a orientação esta voltada exclusivamente para o produto (resultado final). Neste contexto o desporto está acima da criança, sendo a mesma vista como uma atleta em potencial e um simples objecto do treino.
O rendimento é uma característica da sociedade industrial, mas também um dos traços essenciais do homem. É necessário um aperfeiçoamento constante e ruptura com o conformismo, significa ser melhor hoje do que ontem e desafiar os seus limites, podendo também ser um momento de intensa descoberta. É necessário distinguir entre o rendimento externamente exigido (obrigado) e pessoalmente decidido (auto motivado).
O que tem se observado é que este rendimento é medido através de um modelo ideal de desempenho pré-estabelecido pelo treinador e no sucesso na competição.
O desporto do futuro será o desporto dos cidadãos, construído à medida de cada um, medida dos sexos, da forma física, das motivações, da promoção da saúde, da defesa do meio ambiente, da solidariedade social, da descoberta da expressão através do movimento, da libertação do corpo, do sentido de aventura, do prazer de jogar, mas também do gosto de competir.
Já o stress é o resultado do desequilíbrio entre o nível de aptidão e as exigências do meio ambiente. O stress na criança não é algo que deva ser evitado, contudo a condição de agente benéfico ou prejudicial é determinado pela capacidade do organismo de absorver e reagir ao estímulo.
Desta forma, devemos respeitar as necessidades e os interesses das crianças, saber que tipo de actividades que as motivam, enfim devemos de todas as formas minimizar as possíveis pressões que as mesmas poderão sofrer, onde na grande maioria das vezes já começam em casa, quando os pais que não tiveram sucesso desportivo na infância depositam toda sua frustração em desejo de ver o seu filho como um desportista de renome.
O desporto de alto rendimento dos adultos, tem recorrido a profissionais de vasta área multidisciplinar, como fisiologistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, assistente sociais, nutricionistas, entre outros, afim de possibilitar aos atletas o maior grau de desempenho com o menor risco de afastamento por motivos psicológicos ou lesionais. É óbvio que toda esta preocupação em possibilitar certas condições a estes atletas não restringe a uma preocupação com o ser humano, mas sim com os resultados que serão possíveis de serem alcançados nas competições.
Se compararmos com os adultos, as crianças estão em grande desvantagem, pois além de não estarem preparadas emocionalmente e fisicamente para suportar altas cargas de treino é inexistente o acompanhamento de pessoas capacitadas que poderiam evitar ou amenizar as consequências desta precocidade desportiva.