segunda-feira, 7 de julho de 2008

Competição, Rendimento e stress em relação à criança

A competição é um fenómeno universal que faz parte da história da raça humana. Competir sugere a busca de um determinado objectivo e significa rivalizar, lutar e tentar conseguir uma façanha ou proeza. São inúmeros os benefícios que o desporto e a competição são capazes de possibilitar ao ser humano, em muitos casos estes são deturpados quando a sua prática visa prestigio social ou quando seus rumos são alterados pelas influências políticas, económicas e culturais.
A competição torna-se negativa quando a orientação esta voltada exclusivamente para o produto (resultado final). Neste contexto o desporto está acima da criança, sendo a mesma vista como uma atleta em potencial e um simples objecto do treino.
O rendimento é uma característica da sociedade industrial, mas também um dos traços essenciais do homem. É necessário um aperfeiçoamento constante e ruptura com o conformismo, significa ser melhor hoje do que ontem e desafiar os seus limites, podendo também ser um momento de intensa descoberta. É necessário distinguir entre o rendimento externamente exigido (obrigado) e pessoalmente decidido (auto motivado).
O que tem se observado é que este rendimento é medido através de um modelo ideal de desempenho pré-estabelecido pelo treinador e no sucesso na competição.
O desporto do futuro será o desporto dos cidadãos, construído à medida de cada um, medida dos sexos, da forma física, das motivações, da promoção da saúde, da defesa do meio ambiente, da solidariedade social, da descoberta da expressão através do movimento, da libertação do corpo, do sentido de aventura, do prazer de jogar, mas também do gosto de competir.
Já o stress é o resultado do desequilíbrio entre o nível de aptidão e as exigências do meio ambiente. O stress na criança não é algo que deva ser evitado, contudo a condição de agente benéfico ou prejudicial é determinado pela capacidade do organismo de absorver e reagir ao estímulo.
Desta forma, devemos respeitar as necessidades e os interesses das crianças, saber que tipo de actividades que as motivam, enfim devemos de todas as formas minimizar as possíveis pressões que as mesmas poderão sofrer, onde na grande maioria das vezes já começam em casa, quando os pais que não tiveram sucesso desportivo na infância depositam toda sua frustração em desejo de ver o seu filho como um desportista de renome.
O desporto de alto rendimento dos adultos, tem recorrido a profissionais de vasta área multidisciplinar, como fisiologistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, assistente sociais, nutricionistas, entre outros, afim de possibilitar aos atletas o maior grau de desempenho com o menor risco de afastamento por motivos psicológicos ou lesionais. É óbvio que toda esta preocupação em possibilitar certas condições a estes atletas não restringe a uma preocupação com o ser humano, mas sim com os resultados que serão possíveis de serem alcançados nas competições.
Se compararmos com os adultos, as crianças estão em grande desvantagem, pois além de não estarem preparadas emocionalmente e fisicamente para suportar altas cargas de treino é inexistente o acompanhamento de pessoas capacitadas que poderiam evitar ou amenizar as consequências desta precocidade desportiva.

2 comentários:

Isa disse...

Olá!
Felicito-te pelo teu blog, se dúvidas houvesse, estás a provar que Educação Física era mesmo o teu sonho!...
Para ti um beijo, e para a tua carreira as maiores felicidades do mundo...

Anónimo disse...

Tá lá tudo! Não há mais nada a dizer
Um abraço